Armadilha

[Resenha Internacional] Armadilha - Melanie Raabe

sexta-feira, setembro 30, 2016,0 Comments

Olá, queridos leitores!

Depois de tanto romance e fantasia por aqui, que tal uma pitadinha de adrenalina, suspense e thriler psicológico?

Então, conheçam o livro "Armadilha", que foi cedido pela nossa parceira "Editorial Pensamento", selo Jangada. Esse é o livro de estreia da autora Alemã Melanie Raabe, e foi considerado genial pela crítica internacional. E a mim, será que agradou??? Venham conferir e ficar sem fôlego.


Let´s go!


Armadilha - Melanie Raabe

ISBN-13: 9788555390579

ISBN-10: 8555390575

Ano: 2016 / Páginas: 304

Idioma: português

Editora: Jangada

Suspense e Mistério

SKOOB 

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Leia o Primeiro Capítulo AQUI

Linda, uma escritora best-seller, vive reclusa em sua casa à beira de um lago desde o assassinato de sua irmã mais nova há doze anos. O assassino nunca foi pego, mas Linda o viu de relance, e agora ela acaba de reconhecer seu rosto na TV. Ele é Victor, um brilhante jornalista. Pensando numa saída para pegá-lo, ela escreve um best-seller baseado no assassinato da irmã e concorda em conceder uma única entrevista à imprensa, em sua casa, para Victor. A partir daí tem início um embate perturbador. Cheio de reviravoltas, tensão e terror psicológico.

Sobre a Autora 

Melanie Raabe nasceu em 1981, em Jena, cresceu em uma vila de 400 pessoas na Turíngia e uma pequena cidade em North Rhine-Westphalia, estudou ciência e literatura media em Bochum e agora vive em Colónia - como jornalista, roteirista, blogger, performer e atriz de teatro. Ela opera o seu próprio Blog entrevista (www.biographilia.com) e já recebeu vários prêmios por sua escrita.Os direitos sobre seu romance "O caso" foram vendidos internacionalmente antes de liberar, incluindo França, Itália, Holanda, Espanha e os países de língua Inglesa.


Informação traduzida pelo google do site: https://www.randomhouse.de/Autor/Melanie-Raabe/p552851.rhd

RESENHA

“Em meu mundo não há terra, nem árvores, nem gramados, nem coelhos, nem luz do sol (...) Meu mundo é tão distante, mas é seguro. Pelo menos era o que eu pensava.”

Linda Conrads é uma escritora consagrada pelo mundo, mas vive isolada há mais de 12 anos. Aos poucos, se desligou do mundo, das pessoas e fez da sua casa afastada em meio a paz da floresta e do lago seu refúgio. Depois da morte de sua irmã Anna, ela foi a única testemunha que viu de relance o assassino de sua irmã, mas nunca conseguiram solucionar o caso. A culpa e a tristeza pela perda de sua irmã caçula fez de Linda uma mulher refém de seus medos, com depressão e síndrome do pânico. Sua única ponte com o mundo é através de seu editor e amigo Norbert e de sua assistente Charlotte, que trazem um pouco de amizade e do mundo externo para a vida de Linda, que mora sozinha com seu cachorro Bukowski.
Linda é famosa, porém, como não é vista há tantos anos, se tornou uma espécie de mito/lenda. Ela publica todos os anos um romance que nunca é divulgado com sua presença. Ela é rica, mas a sua vida é sozinha e triste e sua única fonte de prazer e sua terapia é a escrita. Um dia, Linda está mais agitada do que o normal. Assombrada por seus pesadelos diários, ela liga a TV por breves momentos, pois não há pior barulho que o da mente barulhenta em um cômodo silencioso e, com isso, vê algo que desestabiliza seu mundo. Ela vê um rosto conhecido no noticiário, mas não é um rosto qualquer. O rosto tão temido, visto apenas por poucos segundos e gravado a fogo em sua mente é do assassino de sua irmã...

“Não quero continuar a ver, mas preciso, não consigo desviá-lo, não consigo, meus olhos estão bem abertos, fito o monstro dos meus sonhos e tento acordar, de uma vez por todas. Morrer e depois acordar, como sempre faço quando vejo o monstro bem à minha frente no sonho. Mas já estou acordada.”

O desejo de vingança de por muitos anos adormecido volta com toda força. Linda é golpeada com a força brutal da realidade: enquanto sua jovem irmã jazia morta em um túmulo, o seu assassino vive sua vida impunemente e tem tudo aquilo que nunca mereceu. Ela quer acabar com isso, quer de uma vez lavar a honra da sua irmã e acabar com a vida “perfeita” do desgraçado que destruiu a sua vida e de toda a sua família.

“Olho o rosto do homem que matou a minha Irma. A raiva estrangula minha garganta e penso apenas numa coisa: Vou te pegar.”

Mesmo fragilizada, traumatizada e presa em sua própria prisão emocional de culpa e medo, Linda vai bolar um plano para pegar o homem responsável pela morte de sua irmã, o jornalista, Victor Lenzen. Então, ela vai armar uma armadilha onde sua arma será a única coisa que dispõe nesse momento: Seu talento para escrita.

“Vou desafiar o assassino de minha irmã, e farei isso com os únicos recursos de que disponho: Os da literatura. Vou jogar esse livro na cara do assassino dela. Depois vou olhá-lo nos olhos. E quero que ele também me olhe nos olhos, sabendo que sei quem ele é, mesmo que ninguém mais saiba. Vou provar a culpa de Victor Lenzen e descobrir por que Anna morreu. Não importa como.”

Então ela começa um plano que envolve reviver seu passado através da escrita. Seu novo livro contará em detalhes o crime de doze anos atrás. Com outros nomes ela trará sua visão sobre o assassinato de sua irmã, será sua isca, seu trunfo e a única chance de pegar o desgraçado, fazer justiça e talvez resgatar um pouco da sua sanidade, e quem sabe de uma vez por todas responder a uma velha pergunta: por que ele a matou?
A partir desse ponto, leitores, vamos ver uma mulher destruída, tentando caminhar sozinha em busca de um desfecho para se sentir útil e tentar conviver melhor com a culpa que a consome. Nessa parte do livro teremos intercalado partes do livro que Linda está escrevendo para pegar Victor “Irmãs de Sangue”, com detalhes do que aconteceu no passado sob o ponto de vista da testemunha e irmã da vitima, ou seja, ela mesma e o detetive encarregado caso.

“Ele estava em pé, em total silencio, como um animar à espreita, como se Sophie só pudesse percebê-lo quando ele se movesse. Estava do lado da porta do terraço e olhou para Sophie. Depois desapareceu.”

Para emboscada final, Linda começa a fazer pesquisas, a se preparar para enfrentar o inimigo da melhor maneira possível, pois ela não pode demonstrar as suas fraquezas. Ela tem que pensar com frieza, agir com cautela, afinal, quem mata uma vez, pode estar disposto a tudo quando se sentir ameaçado, certo?

“ – É surpreendente a rapidez que nos fragilizamos quando nos são tirados os alicerces do nosso bem estar fisisco – explicou- me Chris Tensen ao telefone, e o ouvi com muita atenção.”

Ela começa a estudar métodos que são usados para fazer com que prisioneiros confessem seus crimes, claro que tudo isso com o pretexto de ser um estudo para seu novo livro.

“Uma armadilha é um dispositivo para capturar ou matar. Uma boa armadilha deveria ser dois coisas: Segura e Simples.”

O que você faria se estivesse frente a frente com seu pior pesadelo? Até onde você iria para fazer justiça? Será que desenterrar os ossos do passado irá trazer a paz que Linda tanto almeja ou abrirá as compotas da insanidade?
O jogo vai começar, Quem será que vai sair vitorioso, a caça ou o caçador? Quem será a verdadeira caça nessa história de tirar o fôlego?
Meus amores, para não dar spoiler parei por aqui, ok?

Vamos a minha opinião...


O livro tem uma fluidez calma para depois desaguar em uma catarata turbulenta. Primeiro você  conhece profundamente as dores e os medos da personagem, se conecta com seus sentimentos e dúvidas, com sua versão da história, mas não podemos esquecer nunca, como ela mesma nos lembra, que ela é uma ótima autora, que sabe contar boas histórias. Isso me fez duvidar da personagem algumas vezes (muitas) e até o final, sinceramente não sabia se ela era apenas uma vitima nessa trama toda. Quando chega o momento derradeiro do encontro com o suposto assassino é tudo muito angustiante. Você duvida do equilíbrio da personagem, pois nada parece certo, todos parecem suspeitos. A partir desse momento, a leitura foi me deixando cada vez mais ansiosa. Eu precisava muito de respostas e eles só me davam duvidas... ahahahah... PS(disse suposto assassino, pois não confirmo e nem nego que seja ele para não estragar a surpresa hahahah)

O livro, literalmente, me deixou sem fôlego. É um suspense com um  thriler psicológico perturbador e inteligente. A autora foi genial. Ela nos faz ter empatia com a Linda, ter raiva do Victor, depois nos faz duvidar da Linda, acreditar na inocência do Victor. Depois vira o jogo e fica nisso o tempo inteiro. Você realmente não consegue saber quem está falando a verdade. Essa armadilha se torna um jogo psicológico perigoso e inquietante, no qual fui devorando cada página, desesperada para saber o final.

Um pequeno trecho de um dos diálogos mais perturbadores da trama:“(...) Corrija-me se estou errado. Mas parece que uma versão incrivelmente idealizada de um relacionamento entre irmãs. A senhora mesmo disse que teve uma Irma que não pôde salvá-la. Talvez esteja morta. Talvez tenha pensado numa salvação metafórica; afinal é escritora. Talvez não a tenha conseguido salvar das drogas ou de um homem violento. – Não sei, é evidente que você tenha uma afeição especial por essa personagem, Britta. Mesmo ela sendo tão horrível.
(...) -Horrivel?- De repente, sinto uma enorme dor de cabeça. A parede da frente parece se curvar em minha direção (...)(..) Sim! – Exclama Lenzen – Tão boa, tão linda, tão pura. Uma verdadeira princesa da Disney. Na vida real, uma mulher como ela seria insuportável!
A princípio, tudo leva a Lenzen, certo? Mas daí vem alguns questionamentos: por que Linda nunca mais recebeu nenhuma visita de seus pais? Será que a culpa a fez se isolar como uma forma de se punir? Afinal, foi ela quem achou o corpo, chamou a policia e o assassino jamais fora achado...

“O pior é a dúvida. Sempre fica uma pequena dúvida. Isso é o pior. A dúvida é como espinho que não se consegue arrancar. É horrível quando algo assim destrói uma família”.

E chega aquele momento derradeiro do livro, que nem a própria personagem sabe mais o que é verdade ou alucinação de sua mente fértil e doente. Ela começa a dialogar consigo mesma e se questionar sobre sua sanidade...

 “Sim, eu detestava minha irmã. Essa é a verdade. É a minha vida. (...)”
(...)“Será que estou louca? Não, não estou.
Como a gente faz para saber que não está louca? A gente sabe, simplesmente.
Mas e se a gente estiver louca – como faz para saber? Como é possível saber algo com certeza?
Ouço as duas vozes discutirem na minha cabeça e já não sei qual das duas é a da razão”.

 Como já disse o livro é surpreendente. O final pra mim foi inesperado, um dos melhores e mais inteligentes suspenses que li. Essa parte de terror psicológico casou tão bem com a parte do suspense que fico me perguntando por que mais autores não usam mais essa junção. Quando cheguei no final do livro fiquei com uma sensação de UAU! Que livro fantástico!

“Por muitos anos, achei que me sentiria aliviada por conhecer a verdade. E agora que sei de tudo, só me sinto vazia.”

Ahhh, apesar de parecer ter spoiler na resenha, não tem, viu? Eu fiz de propósito para vocês sentirem a dúvida latente que senti durante toda trama. Agora... convivam com a duvida (hahaha...) ou leiam!

Parte técnica:
A escrita é em primeira pessoa, intercalando a vida real da protagonista com trechos do livro que ela está escrevendo (sem causar nenhuma confusão entre eles). A leitura é fluida, eu terminei bem rapidinho (se eu tivesse mais horas livres, teria sido em um dia), mas, como tenho que dividir bem meu tempo, li em dois. A diagramação é simples, as folhas estão em papel pólen, e a fonte e tamanho estão em ótimo tamanho para leitura sem cansar o leitor. O livro está muito bem traduzido e revisado. A editora está de parabéns.

Capa #Pracegover: Na capa temos uma paisagem de inverno europeu. A história se passa na Alemanha, então, retrata bem o clima de inverno de lá,. Tem um lago em primeiro plano e uma casa rústica em segundo, rodeada por árvores com gelo, em um lugar que parece ser bem isolado,. O céu acima está nublado e a capa está em tons de cinza, dando um ar de mistério melancólico. O título está escrito em vermelho com letras em alto relevo, e o nome da autora vem logo acima em preto. Abaixo, temos o símbolo da editora em branco.


Recomendo esse livro para pessoas que amam suspense com pegada psicológica, que gostam de uma escrita profunda e fluida que deixa o leitor em dúvida, roendo as unhas até a última pagina.


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Em breve, mais resenhas ;)

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E vocês, leitores, o que acharam?
Leriam esse livro, ou já leram?
Deixem sua opinião e até o palpite.
Quem matou Anna?
Beijos e até mais! 

~Giu~

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